Com boas defesas de Rogério, bolas na trave e gols perdidos, o São Paulo avança a semifinal da Sul-Americana.

Por Vladimir da Costa
Kaká abraça Ganso apos o segundo gol. (Foto: Rodrigo Buendia / AFP)

Kaká abraça Ganso apos o segundo gol. (Foto: Rodrigo Buendia / AFP)

O jogo no Equador foi típico das competições Sul-Americana. Bastidores, pressão da torcida, campo acanhado e principalmente emoção. Com duas viradas na partida, o São Paulo não parecia com o emocional em dia. Com gols relâmpagos, o Emelec martelou durante o jogo todo. Mas a qualidade técnica, que durou da metade do primeiro tempo para o final, deu lugar para a força na marcação, o chutão e a doação dos homens de frente durante todo o segundo tempo.

Depois de uma chegada conturbada e sem poder treinar no campo de jogo, o São Paulo demorou para entrar em campo. Antes de perceber, já estava perdendo de 1 a 0. Isso com menos de um minuto. Sem acertar passes e muito atrás, o tricolor pouco a pouco ia impondo seu ritmo. Na primeira chegada, na tradicional bola cruzada na área, Paulo Miranda desviou para Alan Kardec com muita segurança empatar a partida. Junto com o empate veio a superioridade técnica e a virada. Num lindo contra-ataque.

O segundo tempo foi um sufoco. Com sete minutos, e dois pênaltis o Emelec virou novamente a partida e passou a jogar em cima do São Paulo. Kaká sentiu o cansaço e não conseguia ficar com a bola.

Com duas bolas na trave e ao menos três defesas difíceis do time equatoriano, o São Paulo sofreu. Sem conseguir ficar com a bola, o tricolor viu o Emelec crescer. A medida que o gol ia amadurecendo, o cansaço ia chegando. Com isso, o São Paulo conseguiu se safar e conseguir a classificação com muita dedicação, principalmente do meio para trás. A dedicação deu resultado. O São Paulo perdeu, mas levou. Chegou a mais uma semifinal da Copa Sul-Americana.

 O jogo

O inicio da partida não poderia ser mais desastroso. Com 20 segundos de jogo, o São Paulo levou o gol. Angel Mena se antecipou, ganhou de Hudson e colocou Bolaños na cara do gol. Ele bateu no canto esquerdo de Rogério que nada pode fazer.

O gol cedo motivou ainda mais os donos da casa que marcavam no campo de ataque. A pressão, juntamente com o nervosismo, fazia os jogadores são-paulinos errarem ainda mais passe. A equipe do Morumbi tinha muita dificuldade em ficar com a bola nos pés.

Pouco a pouco o São Paulo ia ficando com a bola, mas não conseguia chegar no ataque. A equipe paulista trocava passes entre as intermediárias. Ao contrário do Emelec, que quando tinha a bola acelerava o jogo. Aos 19 minutos, em nova chegada ofensiva, os donos da casa chegaram com perigo. Narváez lançou Bolaños, na entrada da área. O atacante dividiu com Denilson e a bola sobrou para Gimenez, que soltou a bomba, mas mandou por cima do gol.

Alan Kardec comemora o gol de empate do tricolor na partida contra o Emelec. (Foto: Rodrigo Buendia / AFP)

Alan Kardec comemora o gol de empate do tricolor na partida contra o Emelec. (Foto: Rodrigo Buendia / AFP)

Aos 28 minutos, o São Paulo finalmente mostrou sua força. Aos poucos a equipe mostrou sua qualidade técnica e foi fatal. Na primeira chegada o tricolor marcou. Michel Bastos cobrou falta na entrada da área, Paulo Miranda desviou para Alan Kardec, livre de marcação tirar do goleiro e empatar a partida.

A partir dai o jogo ficou equilibrado. O Emelec viu o São Paulo crescer e ficou acuado. Aos 39 minutos, veio a ducha de água fria. Cobrança de escanteio para o time equatoriano, a zaga tirou e em três toques, a bola estava nos pés de Michel Bastos no ataque. O meia lançou na área para Souza que cruzou rasteiro de primeira para Kaká. O camisa 8 tricolor dominou tirando o marcador do lance e rolou limpa para Ganso marcar o gol da virada. Um lindo gol em Guayaquil.

Os últimos minutos da partida foram de toque de bola. Dos dois lados, um esperando o tempo passar e o outro, desanimado, depois de levar uma inesperada virada.

Vira-Virou!

O segundo tempo começou como no primeiro. Pressão equatoriana e com menos de dois minutos, pênalti de Paulo Miranda em Moldaini. Bolaños bateu e converteu. O São Paulo novamente parecia perdido. Em novo ataque, a bola cruzada pegou na mão de Alvaro Pereira. Pênalti novamente convertido pelo camisa 18. O terceiro gol do atacante equatoriano.

Denilson foi um dos destaques na marcação do tricolor no Equador. (Foto: Rodrigo Buendia / AFP)

Denilson foi um dos destaques na marcação do tricolor no Equador. (Foto: Rodrigo Buendia / AFP)

O São Paulo seguia acuado em campo. Sem conseguir chegar perto do gol adversário o tricolor tentava manter a bola nos pés, mas era frequentemente apertado pelo adversário que roubava a bola. Kaká era o jogador que mais errava passes no segundo tempo.

O São Paulo não conseguia ficar com a bola e sofria na marcação, principalmente pela parte esquerda. Aos 18 minutos, Bagui soltou a bola para Gimenez, na ponta esquerda. Ele bateu firme e a bola explodiu na trave direita de Rogério.

Aos 26 minutos, Mena perdeu uma chance incrível. A zaga deu bobeira e o lançamento longo encontrou o atacante livre na entrada da área. Ele tentou tocar de primeira, mas a bola passou por cima do gol. Quatro minutos depois, Gimenez recebeu dentro da área, passou por Hudson e bateu firme. A bola explodiu em Ceni.

Em mais duas jogadas de ataque Rogério foi exigido e fez as defesas. Quando não chegou, a trave salvou Hudson errou dentro da área e Gimenez soltou a bomba que explodiu no travessão.

Jogadores do São Paulo se abraçam depois do gol que deu a classificação, marcado por Ganso. (Rodrigo Buendia / AFP Photo)

Jogadores do São Paulo se abraçam depois do gol que deu a classificação, marcado por Ganso. (Rodrigo Buendia / AFP Photo)

O São Paulo seguiu os últimos minutos no campo de defesa e tirava como podia. Osvaldo e Ademilson entravam para puxar o contra-ataque, mas atuaram como volantes, ajudando na marcação. Aos 48 minutos, Mena perdeu a última chance do jogo. Cara a cara, faltou perna para o atacante por pra dentro.

Depois de 50 minutos de puro sofrimento o São Paulo que levou uma pressão intensa conseguiu a classificação em Guayaquil.